PRÁ FRENTE!

31/05/2009

Afirmamos antes, e reafirmamos agora, que um efetivo comprometimento do poder público é fundamental para que possamos fazer uma boa Conferência Municipal de Cultura. Estou convencido de que este comprometimento já existe e persistirá. Trata-se, agora, pois, de se alcançar idêntico compromisso da sociedade civil, especialmente dos movimentos e entidades culturais.

Quanto a este objetivo, cumpre destacada responsabilidade à Frente em Defesa da Cultura Catarinense, particularmente por seu já provado potencial de mobilização e pela sua capacidade de congregar a grande maioria das entidades culturais da Cidade.

De outro lado, a Frente, por ser catarinense (ao menos nominalmente), talvez devesse buscar uma inserção mais estadualizada, até mesmo porque o processo de conferência em curso ultrapassa o âmbito do Município, já que é um processo nacional, e porque os objetivos da Frente têm em vista as políticas culturais municipais, estaduais e federais.

Naturalmente, a articulação, a organização e a mobilização de movimentos culturais imprescindem de energias militantes, sempre mais raras. Por isso, plenamente compreensíveis as dificuldades encontradas para a ampliação do movimento. Contudo, a Frente possui um instr5umento fundamental para isto, que é o seu debate, contínuo e continuado, especialmente pela sua lista na Internet. Desse modo, nem se trata tanto de “como fazer”, mas do “que fazer” a partir das condições reais em que estamos.

Mas, que fazer? Creio que, em primeiro lugar, é necessário enfrentar algumas questões organizativas. A Frente, quando foi criada, há quase cinco anos, em resposta a um desafio conjuntural ( a reforma administrativa do governo do Estado, com a vinculação da cultura à Secretaria de Turismo), afora a agregação de uma ou outra entidade nova, foi praticamente uma duplicação do Fórum Floripa, que já congregava as principais entidades representativas dos artistas e produtores culturais da Cidade. E aconteceu o que era previsível: o Fórum dissolveu-se na Frente, já que os seus animadores e dirigentes eram precisamente os mesmos, e as suas finalidades também.

Seria importante, porém, que o Fórum Floripa retornasse à cena, tendo em vista especialmente a Cidade, deixando para a Frente a tarefa de debater e propor políticas culturais para o Estado. Isto sem que se impeça os integrantes do Fórum de também discutir as políticas estaduais (e as nacionais), mas apenas definido com boa clareza os papéis, os objetivos e as estratégias de ambos os movimentos.

Sobretudo, é preciso que se tenha em conta que Florianópolis, em todos os aspectos da vida social, portanto também na sua vida cultural, possui as suas singularidades. A reentrada em cena do Fórum Floripa talvez possa deixar a Frente com mais liberdade para buscar captar e compreender também as singularidades de outras cidades e regiões de Santa Catarina. Dessa forma, estaríamos melhor aparelhados para buscar maior sintonia com o mundo da cultura e com a realidade estadual, de modo a podermos construir propostas mais viáveis, inclusive do ponto de vista da necessária mobilização de forças.

Ainda com referência a tarefas organizativas, seria ótimo que o debate cultural promovido pela Frente deixasse de sê-lo quase que exclusivamente por meios eletrônicos e buscasse mais as formas presenciais. Os eventos públicos não apenas conferem visibilidade maior às intervenções e interlocuções, como ainda servem para articular, organizar, pautar, condensar e afirmar o debate virtual. É óbvio que isso exige esforços, mas promete ganhos significativos.

ou

DESVENTURAS DE UM BLOGUEIRO AMADOR, INEXPERIENTE E DURO

I

Não pretendo justificar, apenas explicar, com o que solicito perdoem-me a prolongada ausência. O blog ficou muitos dias sem ser alimentado, mas prometo que não vai morrer de inanição.

O fato é que a falha ocorreu primeiramente pelas precariedades técnicas com que o blog é feito. Como sabem, porque o digo e outros repetem, nunca fui muito chegado nesse negócio de informática e internáutica. Mesmo assim, resolvi cometer este blog, incentivado por amigos e dependendo, é óbvio, da colaboração deles. Acontece, porém, que as pessoas tem também as suas obrigações e os seus compromissos, e não podem, pois, ficar à minha disposição. E ocorreu o inevitável: fiquei vários dias sem a necessária ajuda para fazer a “atualização”.

Houve uma grande falha, mas prometo me esforçar para que ela deixe de se repetir no futuro. O Thiago Skárnio me garante que consegue me ensinar a operar esse troço sozinho, ainda que eu não saiba nem enviar e-mails, e nem abri-los. E eu resolvi confiar no Skarnio. Afinal, depois que aprendi a enviar mensagens pelo celular, não duvido de mais nada.

II

A situação pode bastante ser embaraçosa, mas como sou um sujeito otimista, até consigo curti-la: não deixa de ser interessante a estranheza, agora realimentada por essa falha, de que eu, “tão avesso às novas tecnologias”, tenha aberto um blog. Houve muito comentário a respeito e já se fizeram até várias piadas.

Mas eu também faço o meu humor. Sempre que me manifestam a estranheza ou demonstram surpresa, eu afirmo que o meu blog deve ser o segundo mais original da história. O mais original, evidentemente, foi o primeiro a ser criado, pois não existia nenhum antes dele, portanto, absoluta e forçosamente original. O meu seria o segundo, pois feito por alguém que jamais tinha visto blog algum. É claro que agora isto não é mais verdadeiro, pois já vi um blog, o meu próprio (na verdade já o vi diversas vezes, sempre que surge alguém com paciência e o abre para mim).

Se pudesse ser feita uma competição de originalidade entre o primeiro blog e o meu, o melhor argumento em favor daquele seria o de que ele foi feito quando não existia nenhum outro que lhe servisse de modelo, enquanto que o meu foi feito por quem nunca tinha visto um, mas sabia que eles existiam e tinha até uma vaga idéia de para que serviam.

A meu favor, contudo, haveria o fato inconteste de que o meu rival tinha um conhecimento muito grande da informática, enquanto eu não tenho nenhum (a não ser digitar, ainda assim muito devagar). Certo? Não. Absolutamente errado!ignorância pode até servir de desculpa, mas jamais será vantagem. Reconheço isso com muita humildade e, como sempre lutei em favor da cultura, portanto contra a ignorância, estou agora convencido de ter chegado a hora de lutar contra a minha própria ignorância. E isto é uma promessa, não uma ameaça!

III

De outro lado, rejeito as manifestações infelizes que enfatizam demais certos conhecimentos e desconsideram, ou depreciam, outros. Já houve até quem, na maior cara dura, tenha me dito que eu nem teria o direito de abrir um blog, por deconhecer as ferramentas adequadas e necessárias.

Não, né?! A comunicação é uma relação entre emissor e receptor, e o computador e a Internet são apenas instrumentos, assim como o blog não passa de um simples canal de comunicação. Eu posso até não saber ainda como enviar mensagens, mas isto não invalida o fato de que eu tenha mensagens para enviar.

Há quem saiba disso, como prova a historinha que o nosso intrépido violonista e grande gozador Beto Terra, ora sediado em Joinville, me contou, de um papo rolado estes dias no Café Matisse, mais ou menos assim:

-Olha só! O Joãozinho descobriu a Internet e começou a fazer um bloguinho. Agora, sim, ele vai alcançar o mundo todo, ou melhor, todo mundo, com aquela sua metralhadora giratória. Até Deus vai ouvir! O Joãozinho vai dizer: “Olha aí, Senhor! Até aqui, tudo bem, mas tem uns pontos que ainda precisamos considerar!”

IV

Uma das causas das minhas dificuldades com a internáutica é a de eu não ter Internet em casa. E não a tenho, deliberadamente. Acontece que, diferentemente de mim, meu filho Ulysses é vidrado na brincadeira, especialmente nos jogos. Levo-o a alguma lan nos fins de semana, e passo muito trabalho para apartá-lo do computador. Tivesse-a em caso, talvez fosse virtualmente impossível fazê-lo estar com os livros.

Mas agora estou diante de um impasse, porque ter a Internet em casa está se tornando uma necessidade imperativa. Não sei ainda como resolver o problema, mas terá que ser por meio de uma solução negociada, de modo que Ulysses divida equilibradamente o seu tempo entre aquilo que ele mais gosta, a Internet, e aquilo que ele precisa gostar mais, que é ler e estudar. No momento, estou trabalhando com a idéia de fazer com ele um acordo nos seguintes termos: primeiro, ele lê o meu blog; depois pode jogar.

Já se passaram três semanas desde o fatídico congresso municipal do partido em que o vereador Badeko, associado ao deputado Sérgio Grando, se assenhoreou-se da nossa legenda na Cidade, e a maioria do partido (a maioria real, a maioria militante) encontra-se em estado de perplexidade.

Dessa maioria, a maior parte sente-se derrotada e desmotivada, pulverizando-se em perspectivas a mais incertas de como enfrentar o futuro, já que o presente não está sendo enfrentado, perspectivas estas que compõem um amplo espectro de posições, desde os que acreditam ser prudente se recolher e esperar os acontecimentos (quem sabe a oportunidade de um novo congresso), até os que já buscam comprar passagem para uma outra aventura partidária, passando pelos que estudam o campo para tentar uma aproximação com o novo dono da legenda.

Há, porém, um setor da maioria militante do PPS que, motivados por um aprendizado político mais antigo, analisa o quadro com melhor acuidade e em maior profundidade, enxergando no lamentável congresso último apenas um momento da luta interna, e que esta persiste viva e forte, especialmente porque o congresso (que assim chamamos por puro vício formal) elegeu um diretório espúrio e ilegítimo, e eleito ao arrepio da lei, além de certamente incapaz de construir um bom partido no Município.

É com os últimos que está a razão, na minha opinião (quem quiser discordar que o faça, e que o diga, pois este debate já está demorando).

Resta evidente, pois, que o drama do PPS/Florianópolis consiste exatamente no fato de que, de um lado, temos uma direção espúria, autoritária, excludente e patrimonialista, a pior direção que o partido já teve algum dia, e, de outro, uma maioria militante dispersa e fragmentada, dividida por mútuas exclusões e eivada de muitos pequenos projetos pessoais (ainda que não necessariamente personalistas). E tudo isto ocorrendo num ambiente extremamente pobre de experiência e de cultura política, tanto que algumas das exclusões que se manifestam na vida partidária são estupidamente ideológicas (vamos ser mais claros: são anticomunistas mesmo).

De outra forma, podemos dizer que a disposição das forças é mais ou menos a seguinte: num extremo, temos a direção de Badeko e Grando (há quem diga que agora já é só de Badeko); no outro extremo, um pequeno núcleo combativo, herdeiro do legado histórico de 1922, que trabalha por um PPS com programa e com projeto; e, ao centro, uma grande planície, formada de posições incertas.

Houvesse um pouco mais de convicção e de compromisso por parte dessa planície, a solução para a presente crise seria absurdamente simples: bastaria exigirmos a intervenção da direção estadual ou fazermos a impugnação do congresso junto à Justiça Eleitoral, em qualquer caso pelo flagrante desrespeito às normas estatutárias do partido e a sagrados preceitos legais e constitucionais. Mas não o podemos fazer, justamente porque não há tal convicção e tal compromisso e porque não temos, pois, a necessária undidade.

À falta dessa unidade, levar a disputa para o tapetão é uma grande temeridade, em primeiro lugar porque provavelmente perderíamos. Engana-se quem penda que a ética está destinada a vencer. As decisões arbitrais das comissões de ética, com as decisões dos tribunais, regem-se menos pelo direito do que pela moral e menos pela moral do que pela política. Assim, se temos a razão mas não temos unidade, provavelmente perdemos. Fazer aquela disputa seria temerário ainda porque, pela mesma falta de unidade, talvez nem possamos vencer o novo congresso.

Aliás, se é correto dizermos que não perdemos o congresso, já que o jogo foi absurdamente sujo, também é correto entendermos que não ganhamos. E por que não ganhamos? Simples, porque não tínhamos, como jamais tivemos, a mínima unidade. Se a tivéssemos, teríamos sido vitoriosos. Preste-se atenção ao fato de que teríamos uma grande capacidade de mobilização, bastante maior do que aquela demonstrada, ao mesmo tempo que os adversários não teriam a petulância de agir afrontosamente, como fizeram. Mas não a tivemos: o que tivemos foi a acomodação de uma parte, o fraquejamento de outra, a radicalização de outra mais.

O que nos resta, agora, além do “jus espermeandi”, o nosso sagrado direito de espernear? Resta-nos, simplesmente, construir a unidade que não temos ainda. E como fazer isto? Conversando, dialogando, negociando, construindo projetos coletivos, inventando o novo PPS em cada uma das nossas ações. Vamos conseguir? Não sabemos, nem posemos saber. Mas podemos estar certos de algo que é mais fundamental: desde que nos movimentemos, alguma movimentação será gerada, como dizia um velho grito de guerra do partido. A luta não é feita apenas de vitórias e derrotas mas, sobretudo, de vitórias incompletas e derrotas relativas.

O que fazer, então? Ora, se estamos todos excluídos desse diretório aí, precisamos construir espaços políticos novos, e próprios, onde possamos atuar, até porque não podemos esperar de tal diretório nenhuma direção e nenhuma diretiva. E mesmo que o pudéssemos, certamente não poderíamos acatá-las por seu caráter inevitavelmente autoritário e excludente, além de patrimonialista e populista..

Quais espaços políticos poderiam ser esses? Na minha opinião, estaríamos hoje em condições de abrirmos três frentes de ação política na Cidade: uma primeira no âmbito do movimento cultural, na verdade já aberta mas exigindo uma intervenção mais organizada, contando-se com vários bons militantes que possuem trânsito no mundo da cultura; uma segunda no âmbito do serviço público municipal e em seu movimento sindical; e, a terceira mais dirigida à intelectualidade, possivelmente pela criação de um instituto de estudos políticos, com o objetivo de promover um debate político mais geral e em bases mais teóricas. Com elas, poderíamos dar uma boa resposta e uma perspectiva concreta aos filiados e não filiados que acompanharam com interesse (e inclusive colaboraram com) o movimento “Por um PPS com paredes de vidro”.

É urgente que o façamos. Caso perdure a situação atual, haverá uma grande dispersão de quadros partidários. Naturalmente, a possibilidade de sairmos do PPS não deve nunca ser desconsiderada. Mas ela só deve ocorrer se, e quando, coletivamente, chegarmos à conclusão de que o PPS não tem mais salvação. Até lá, o que devemos fazer é evitar, a todo custo, o recurso a soluções individuais, até mesmo porque não é com soluções individuais que se faz política.

PARA PENSAREM

28/05/2009

Não se responde a ciência nem a filosofia, com o folclore e a religião.

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Foto de Bolívar Chalphun

Segundo Fred Maia, da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, no prazo de dez dias o Presidente da República assinará decreto baixando o regulamento e o calendário do processo de Conferência Nacional de Cultura. Portanto, daqui há uns 15 dias, os prefeitos já poderão publicar seus próprios decretos de convocação das respectivas conferências municipais.

A CONFERÊNCIA DE FLORIANÍOPOLIS

Por aqui, é necessário que a Conferência Municipal da Cultura seja convocada o mais rapidamente possível e que, imediatamente,  defina-se uma Comissão Organizadora capaz de articular os meios e recursos necessários à sua realização. A preparação da Conferência exige, naturalmente, recursos, mas principalmente recursos materiais e técnicos, muito mais do que financeiros. A disponibilização de uma sala, um computador e um telefone, de dois ou três funcionários que possam dedicar pelo menos duas ou três horas por dia de trabalho, a atenção de uma boa assessoria de imprensa, mais alguma folheteria já será suficiente para darmos uma boa resposta ao desafio. Isto com a constituição de uma boa Comissão Organizadora, com quadros que tenham trânsito no mundo da cultura e que possuam capacidade de articulação, de organização e de direção.

A CONFERÊNCIA DE 2005

No processo de Conferência Nacional de 2005 ( o primeiro), não tivemos o necessário empenho institucional. Ainda assim, fizemos uma bela conferência municipal (que foi, aliás, a única de Santa Catarina; no interior do Estado, foram realizadas oito conferências intermunicipais, organizadas pela Secretaria de Estado do Turismo, Cultura e Esportes, em conjunto com as secretarias de desenvolvimento regional.

De todas as (portanto) nove conferências feitas no Estado, a nossa foi de todas a maior (mais de 200 participantes, 192 inscritos) e a que teve mais tempo de debate. Mas este êxito só se tornou possível, além de ter sido seu resultado direto, do esforço de inúmeras entidades, algumas muito distantes dos movimentos culturais clássicos, que supriram com energia militante e com criatividade as necessidades de divulgação e mobilização, e mesmo de serviços de apoio.

Não importa aqui discutir as razões pelas quais deixou de acontecer o esperado apoio da nossa gestão pública da cultura à realização da conferência. Mas importa, sim, dizer que, em havendo agora este empenho, conseguiremos fazer uma grande conferência na Cidade. Uma Conferência que expre4sse toda a dimensão, e todas as dimensões do mundo da cultura florianopolitano.

Considero que este seja o principal desafio do momento, assim como a principal tarefa, urgente mas estratégica, da gestão pública municipal da cultura, em favor do desenvolvimento da cultura.

A realização de uma grande conferência, longe de ser um objetivo em si mesma, ensejará uma necessária maior sensibilização dos agentes públicos, e dos privados, para com a importância da cultura e o reconhecimento dos direitos culturais dos cidadãos.

RECADO

28/05/2009

Aminthas Policarpo, por onde andas? Responda por favor!

Esse negócio de internet está se tornando um vício. Preciso parar este fim de semana para processar todas as informações que estão aparecendo aqui. Terça feira tem mais!

Baixe aqui: Do futuro do PMDB ao PMDB do futuro

Tenho dito e a todos que não é correto se afirmar que fomos derrotados no Congresso Municipal do PPS, embora tenha sido eleito um diretório totalmente estranho às novas concepções e às nossas propostas. Quero reafirmar este posicionamento, ao mesmo tempo que embasá-lo, nos seguintes  termos:

1. Tivemos, no congresso , uma esmagadora maioria pró-Badeko. Contudo, ficou evidente que era uma maioria cuja qualidade não legitima nenhuma direção. Uma maioria que não fala, que não intervém, que não se pronuncia, que não debate, mas que apenas vota e aplaude, não  pode legitimar nada .

2.  A direção eleita é claramente incapaz de exercer  autoridade intelectual e moral  sobre o partido, porque seus métodos são recusados pelo pensamento democrático e pela prática democrática.  _Prova disso…

3.  Apesar da previsível derrota e de manifestações pessimistas de todos os que condenam os domínios estabelecidos no partido, conseguimos  aglutinar a grande maioria dos nossos nomes referenciais e dos verdadeiros militantes, muito embora esta unidade pudesse ter sido mais completa, mais coesa  e mais determinada.

4.  O movimento“Por um PPS com paredes de vidro ´´  conseguiu atrair, além da militância do partido, inúmeros quadros  não filiados, além de ter obtido a simpatia de diversos  setores democráticos e progressistas de outras legendas.

5. O PPS, que virtualmente só aparece para a opinião pública e para a sociedade em tempos eleitorais, ganhou espaço nas mídias. Desse modo, muitos ficaram sabendo que o PPS ainda existe e que, mais importante ainda, está em crise, o que nos garante trincheiras efetivas para manter a nossa luta em favor de um PPS mais sério,  mais democrático e mais progressista.

6. Por fim, resta lembrar que houve vícios na condução  do congresso, cometimento de inúmeras irregularidades e descumprimento de importantes disposições estatutárias, as quais podem, inclusive, sustentar  solicitações de intervenção da direção estadual ou de impugnação junto a justiça eleitoral.

MAIS DA TRAVESSA

19/05/2009

Ângela Albino enviou-me mensagens dando conta da tramitação de três projetos de lei de sua iniciativa (e do meu maior interesse). Um deles é o que restabelece o nome da travessa Ratcliff, para o trecho compreendido entre a rua Tiradentes e João Pinto. Segundo Ângela, o projeto já foi aprovado em plenário nas duas votações regimentais, e agora depende apenas da aprovação da redação final, após o que irá à consideração do Prefeito.

O Secretário de Assuntos Parlamentares, o sorridente Alceu Nieckars, me garantiu que não vislumbra nenhum impedimento à sanção do Chefe do Executivo.

Sobre os dois outros projetos, o do Conselho Municipal da Cultura, e o do Fundo Municipal de Cultura, falaremos outro dia.

REUNIÃO AO MOVIMENTO

Amanhã à noite estaremos reunidos: eu, Roseli Pereira, Tiago Silva, Zébio Correia, Telma Pitta, Marlon Silveira e Antônio Cameu, no Café Badesc, para analisarmos a situação do partido e começarmos a definir os rumos do movimento “Por um PPS com paredes de vidro ”.

NOVA VERSÃO DE “VAMOS ENTÃO FALAR DE BARES, POIS!”

Por solicitação de alguns leitores, especialmente do Edson, do Bar Canto do Noel, da Travessa Ratcliff, faremos uma nova (e talvez definitiva) versão para o texto “Vamos então falar de bares, pois!”, que publicamos no dia 6. O objetivo da revisão é despir o artigo de traços pessoais e de ligações com um momento político determinado, dando-lhe, assim, maior permanência de tempo.

ENIGMÁTICA

Correm boatos de que decisões importantes estão para serem tomadas, de hoje para quinta-feira, no âmbito do Governo Municipal. Gente nervosa é o que não falta em algumas repartições e gabinetes parlamentares, na Câmara e na Assembléia.

No espaço de apenas cinco dias tive a oportunidade de presenciar dois diferentes espetáculos de autoritarismo político explícito. O primeiro foi o Congresso Municipal do PPS, já largam,ente comentado nesta página, ocorrido no sábado, 09. E o segundo foi a Audiência Pública da Câmara Municipal destinada à discussão das diretrizes gerais do Plano Diretor Participativo, na última quinta, 14.

Fui ao evento com o intuito quase único de me inteirar do debate sobre o Plano Diretor, que vinha acompanhando de muito longe. Queria também encontrar amigos, da universidade e dos movimentos comunitários e preservacionistas. No entanto, acabei virando orador no evento, mas falei apenas motivado por profunda indignação.

Logo nos primeiros momentos, e nas primeiras falas, a virulência dos ataques ao governo municipal, as vaias a cada frase proferida por seu representante oficial, a concentração das manifestações não em assuntos de natureza técnica, mas em acusações políticas (de desrespeito à participação popular,etc),  falas inquisitórias e intimidadoras, deixaram claro de que tipo eram os atores que ocupavam a cena.

Foi por isso que decidi me inscrever. Quando falei (fui o penúltimo orador, antes dos vereadores), já se haviam manifestado vinte pessoas e, em   regra, os discursos foram iguais, com diferenças meramente estilísticas, praticamente nenhum tratando das tais diretrizes (a não ser a defesa da tese do chamado “defeso amplo”, que nem eu e nem o povo sabemos o que significa), todos extrapolando o tempo concedido. E todos revelando, com clareza meridiana, extraordinárias capacidades de intolerância, de extremismo e de sectarismo.

Naturalmente, também eu não falei de coisas técnicas, das quais nem entendo, mas falei de como costumamos tratar das coisas técnicas, ou seja, da forma como fazemos política neste país tropical abençoado por Deus. A favor da intransigência, mas contra a intolerância; em favor da radicalidade, mas contra o radicalismo.

LISTA DE PRESENÇAS

Não sei qual é a capacidade do plenário da Câmara e de suas galerias (talvez 150 pessoas?), mas vi que não cabia mais ninguém na Audiência Pública. Portanto, não posso registrar os nomes dos presentes. Mas posso dar o devido registro das presenças de vereadores e de outras autoridades, o que, aliás, pode servir para que se observe quem está efetivamente preocupado com o debate sobre o Plano Diretor dentre os nossos representantes. Estavam lá os ilustres edis Jaime Tonello (DEM), Ricardo Pereira (PCdoB), João Amin (PP), Aurélio Valente (PP), Celso Sandrini (PMDB), Dalmo Menezes (DEM) e Márcio de Souza (PT), além de, participando da mesa diretora, Ildo Rosa, ex-presidente do IPUF, Michel Curi, atual assessor jurídico da mesma autarquia, Ângela Liotti, presidente da UFECO (União Florianopolitana de Entidades Comunitárias).

TEMAS PARA REFLEXÃO

Na Audiência, de forma manifesta ou apenas insinuada, foi quase onipresente nas falas a visão de que os vereadores são apenas 16, enquanto que mais de 5000 pessoas participaram, até o momento, das discussões, em centenas de reuniões realizadas (este dado é fantástico: será que foi tanto assim? Se é que foi, fico assombrado!). o vereador Ricardo Pereira aduziu ainda que os vereadores atuais, somados todos os votos que obtiveram na eleição, representam apenas 20% dos eleitores florianopolitanos.

Que 16 são menos do que 5000 eu já sabia. Mas creio que esta não é a única forma de se olhar os números. Cinco mil é também um número parecido com o da média das votações dos vereadores eleitos, certo?  E se os nossos vereadores representam apenas 20% dos eleitores, 5000 pessoas não representam apenas 1 ou 1.2% da população? Será que não deveríamos discutir um pouco sobre o significado de expressões como democracia, democracia representativa, democracia participativa?

Quero registrar aqui a minha opinião. Para mim, diferentemente daqueles que arrotam este número, 5000 pessoas representam muito mais do que 1% da população da Cidade. Da mesma maneira, acho que os nossos vereadores representam muito mais do que meros 20% do eleitorado. No primeiro caso porque as pessoas que participaram nos debates sobre o Plano Diretor revelaram-se cidadãos ativos, portanto agentes da história, muito mais do que simples assinaturas em listas de presenças. No segundo caso porque, consoante o nosso direito eleitoral, os vereadores não foram eleitos apenas pelos próprios votos, mas pelos votos dados aos respectivos partidos, aí incluídas as votações realizadas pelos candidatos não eleitos. E, por fim, creio que a democracia participativa (que é um valor fundamental para quem busca o futuro) não se contrapõe à democracia representativa. Antes, a complementa e a aperfeiçoa.

FALEI COMO REPRESENTANTE DO PPS

Ainda não comentaram no blog, mas me disseram nas ruas: eu não poderia ter falado em nome do PPS na Audiência Pública. Respondo: e nem tive a intenção (ou pretensão)! Simplesmente, ocorreu que, ao anotar o nome na folha que listava as inscrições, havia uma coluna ao lado dos nomes destinada à designação da instituição/entidade representada (ou à qual se pertence, pois não fica claro) e, como eu não pertenço a nenhuma entidade comunitária e nem a nenhuma instituição ligada ao debate técnico do Plano Diretor, escrevi naquele espaço a sigla do partido ao qual sou filiado: o PPS. Quando fui chamado para falar, a presidência da mesa anunciou-me como “representante do PPS”, e eu não dei a menor importância à formalidade, a não ser para o fato de que tal representação foi recebida com certa estranheza. E não porque eu não seja dirigente do partido, já que perdi a eleição para o diretório no dia 09 (será que perdi mesmo?), mas sim porque a inscrição de um partido político em meio às inscrições de entidades comunitárias era um fato inusitado, talvez surpreendente. Não é estranho? O fato é que acabei de descobrir que os partidos políticos não falam em audiências públicas.

Para além dessa discussão formal, ou formalista, talvez seja útil lembrar que a palavra “representação” se abre a múltiplos significados, como provam os dicionários. E talvez porque a situação atual me imponha pensar e falar mais sobre cultura, como está marcado nas contribuições ao blog, acabei não dando a devida atenção à palavra “representação”, enquanto acepção política ou formal, justamente porque prevaleceu no meu entendimento uma concepção mais antropológica (da antropologia cultural), da “representação” enquanto pertencimento a um grupo e às representações desse grupo: seu modo de vida, seus hábitos, suas crenças, seus símbolos.

Se é a primeira acepção, a formal-política,  que deva prevalecer, significa que quem deveria falar pelo PPS seria Badeko, seu vereador e seu presidente, e não eu, simples filiado. Aconteceu, porém, que Badeko sequer estava lá (e bem que eu queria conhecer as suas posições acerca do Plano Diretor). Badeko não estava, mas eu estava!

Em tempo: Aproveitei o telefonema que Badeko me fez, do qual falei ontem, para cobrá-lo pela ausência. Ele me informou que estava, no mesmo horário, representando a Câmara em outro evento.

De outro lado, se devesse prevalecer a outra acepção, a cultural e antropológica, então quem deveria ter falado pelo PPS era eu mesmo. Afinal, todos os que me conhecem me reconhecem como PPS, até porque trabalho pelo partido e me expresso como partido já há três décadas. Muito diferentemente do Grando, que já foi vereador, deputado e prefeito, mas grande parte dos eleitores o identifica com o PT, ou do Badeko, que é muito novinho (no partido, claro) e que tem muito mais eleitores do que gente que saiba em qual partido ele está.

Amanhã publicaremos aqui textos sobre a AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PLANO DIRETOR. Teremos também MAIS SOBRE A TRAVESSA RATCLIFF e uma análise política em continuação AOS COMPANHEIROS DO MOVIMENTO…

Boa parte dos textos já havia sido digitada, mas este neoblogueiro que ainda engatinha nas brumas da informática conseguiu perder tudo. Fiquei muito brabo, mas decidi digitar tudo novamente.

Na minha agenda está também uma reunião com os donos dos bares da Travessa Ratcliff: Edson, do Cantinho do Noel (ex-Petit), Gustavo, do bar homônimo, e Sílvio, do Bar do Gaúcho II.

BADEKO ME LIGOU!

Foi sexta-feira, 15, pelo meio da tarde. Badeko me ligou, muito simpático, talvez todo simpático, eu diria, mas reclamando que estou batendo muito nele no blog. Mas que gosta de mim. Pois é: eu também gosto dele, até o ajudei na campanha, como ele bem sabe. Mas não gosto de certas práticas e de certos métodos. Antes de ser amigo dele, ou de qualquer político, eu sou amigo da democracia.

Fiquei feliz com o telefonema. Quem sabe não é um sinal de que a intolerância esteja perdendo terreno? Quem sabe?

Ficamos de almoçarmos (ou jantarmos) juntos por estes dias.

CHEGOU AO RIO DE JANEIRO

Quem também me ligou, minutos depois de Badeko, desde um dos bons bares da Lapa para uma das mesas de rua da Travessa Ratcliff, foi o meu amigo Ivan Pinheiro,  colega de Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (o último antes da mudança de nome para Partido Popular Socialista). Para elogiar o blog e conversar sobre outros assuntos. Ivanzinho Pinheiro é o atual dirigente máximo do PCB refundado.

Já falei muito do Congresso, praticamente uma narrativa completa, aqui no blog. Mas sinto-me no dever e na obrigação de me dirigir de forma mais direta aos companheiros que se reuniram no movimento “Por um PPS com paredes de vidro”.

Pois, então, em primeiro lugar, como dizem os advogados, os fatos.

1.O PPS saiu das últimas eleições com muito desconforto interno. Muito ressentimento, muita denúncia, muita indisposição. Naquele momento, a bronca era contra as estruturas partidárias: houve desatenção da direção em relação à campanha, os candidatos foram tratados de forma muito desigual, houve campanhas ricas e campanhas pobres

2.O partido não conseguiu dar um bom encaminhamento à situação, como sabemos. Por isso, ela foi se agravando. E se agravando mais e mais. Badeko, que teve 1/7 (um sétimo) dos votos da legenda que o elegeu, montou seu gabinete sem consultar absolutamente ninguém, nem os candidatos a vereador, que encheram a legenda de votos, e nem a direção do partido. Ao mesmo tempo, entrou de cabeça, juntamente com  Grando, nas negociações para a participação do partido no governo Dário Berger, com o objetivo óbvio e notório de obter a pasta do turismo e emplacar o Homero na SETUR. Além disso, tornou-se evidente, a certa altura, que certos dirigentes estavam buscando nomeações para pessoas que mal conhecemos e que sequer pertencem ao PPS. No diretório, tentamos dar um rumo novo à ação do partido nesse âmbito. Mas, não conseguimos! O único êxito político que tivemos foi o de divulgar para círculos mais abrangentes da militância informações que eram de conhecimento muito restrito.

3.Estes fatos resultaram, basicamente, na divisão do partido em dois campos: de um lado, as pessoas ligadas ao esquema Grando-Badeko; de outro, todos os demais.

4. A esta altura, a direção nacional do partido decidira antecipar os congressos municipais, em face de um calendário a ser cumprido até o Congresso Nacional do PPS. Nada mais natural, pois, que resolvessemos disputar a direção local. Mas, para isso, era necessário que alguém tome a iniciativa. E eu tomei!

5.Quem lançou a minha candidatura à presidência do PPS foi Luiza, a filha da nossa Coordenadora Geral da Fundação Franklin Cascaes Roseli Maria da Silva Pereira que estava conosco, juntamente com o Tiaguinho  Silva e, se não me em engano, um outro companheiro do partido, numa mesa daquele café da Trajano.

6. Saí daquela mesa candidato a presidente do PPS, e não escondi o fato de ninguém. Passei, então, a articular um movimento no sentido de montar uma chapa para o diretório, com nome de “Por um PPS com Paredes de Vidro”. Organizamos um belo jantar na Fratelanza Italiana, para lançamento público do movimento, e realizamos algumas reuniões, iniciando um trabalho improvável e imprevisto.

7.Contudo, a cada dia que passava, ia ficando evidente que não tínhamos a unidade necessária para enfrentar um adversário forte. Nosso grupo foi, desde o início e até agora, fragmentado por mútuas rejeições e muitas exclusões, incompreensões e rivalidades.

8.As nossas investidas produziram resultados: o outro lado ficou encolhido. Mas o nosso lado manteve-se dividido. E o resultado final foi aquele que vimos: a derrota.

9.Mas, será que fomos realmente derrotados? Não me parece assim, e vou dizer porque, mas não hoje, e sim amanhã, porque outro compromisso me chama no momento.

(PARA HOJE)

O ABISMO DOS RATOS

17/05/2009

Semana passada, nos primeiros dias do blog, recebi diversas provocações a respeito dos bares e da minha relação com eles; boa parte delas fazendo alguma referência à Travessa Raticlif  (como ainda é conhecida a agora Travessa Osmar Regueira). E como já falei dos bares, falo agora da Travessa. Mas pouco, pois também não sei muito.

Antigamente, nos princípios da póvoa do Desterro, ela era a o “travessa que vai para Forte”. Forte, no caso, era o Forte de Santa Bárbara (onde está hoje a Franklin Cascaes), com os seus canhões apontados para o Sul e o Sudoeste, e não para o centro da Cidade, como a Dona Lélia dispôs aquele canhão que ela ganhou não sei de quem.

Mais tarde, por meados do século XIX (creio que em 1860), quando o atual arruamento do nosso centro histórico estava basicamente formado, ela passou a se chamar Travessa da João Pinto. E, adiante, após a proclamação da República, passou a ter o nome pelo qual a conhecemos e a amamos: Travessa Raticlif. Nota: esta grafia é errônea; o correto é Ratcliff e, portanto, é assim que vamos grafá-lo daqui por diante.

Ratcliff  era um padre polonês de origem alemã que se instalou em Recife em princípios do século XIX e ficou célebre com o agitador republicano como um dos líderes da Confederação do Equador e da Revolução Praieira. Com a República, juntamente com o Padre Ratcliff, outros heróis pernambucanos como Padre Roma, Frei Caneca, Nunes Machado, Pedro Ivo, também se tornaram nomes de rua, pela mesma época, naquela Desterro que em seguida viraria Florianópolis.

Já disseram muitas lendas sobre a presença de nomes pernambucanos nas ruas da nossa Cidade, coisas ligadas ao porto e ao mar, mas tudo coisas de poetas. Na verdade, foi a República, e apenas a República, que estabeleceu as nomeações.

Mas, voltemos à Travessa Ratcliff. Há cerca de 250 anos ela está instalada no coração da Cidade, sendo sempre um dos seus lugares mais agitados e movimentados, assim como o é o seu entorno. Não me alongo sobre isso, mas sugiro, a quem se interessar, ler o excelente livro de Eliane Veras da Veiga, Florianópolis: Memória Urbana, que acaba de ganhar uma nova edição pela Franklin Cascaes.

Há três anos, por iniciativa do Vereador Guilherme Grillo, o logradouro virou Travessa Osmar Regueira, em homenagem ao proprietário-fundador do Hotel Royal, que ocupa um dos seus lados, entre a João Pinto e a Antônio Luz (mas só tomamos conhecimento do fato no ano passado, quando a Prefeitura substituiu as placas). Houve, então, muita revolta e indignação nos bares da Travessa, mas sem nenhuma consequência prática, até que a Vereadora Ângela Albino propusesse um projeto de lei que está tramitando na Câmara e que recupera o nome histórico.

A Osmar Regueira, no entanto, não vai acabar. Uma solução salomônica foi encontrada para o conflito: o trecho da travessa compreendido entre a Tiradentes e a João Pinto voltará a ser denominado Travessa Ratcliff, enquanto o trecho entre a João Pinto e a Antônio Luz persistirá Osmar Regueira. Assim, todos ficarão felizes! Ainda Vereador, Guilherme Grillo aprovou a proposta e dispôs-se a defendê-la. Portanto, não existe oposição à idéia, já que o único que teria razões para fazê-la seria ele. Além disso, quem consultar o Aurélio saberá que travessa é um logradouro que liga duas ruas, enquanto a Ratcliff parte da Tiradentes e atravessa a João Pinto para alcançar a Antônio Luz. Portanto, sempre tivemos duas travessas, mas com um só nome.

Talvez para responder a muitas cobranças, e mesmo não sendo muito dado a profecias, quero fazer aqui algumas previsões para a segunda metade do ano, respeitantes à cultura, ao mundo da cultura e às políticas culturais, bem como à cultura política.

Sei que muitos dos meus amigos me acusam de inveterado otimismo e de, por causa dele, fazer previsões que tendem a não se concretizar. Ainda assim, vou me arriscar a desenhar cenários radiantes do futuro uma vez mais. Pode até ser que os meus bons augúrios não se cumpram, mas , acredito, eles só poderão se cumprir se forem feitos.

As minhas antecipações do segundo semestre são, basicamente, as seguintes: 1. O Brasil debaterá cultura, gestão pública de cultura e políticas culturais como jamais o fez; 2. Os temas da cultura ganharão mais espaço e maior prioridade nas pautas governamentais e nas agendas políticas; 3. Os governantes, em especial os prefeitos, resolverão, em alguns casos, ou aceitarão, em outros, destinar mais recursos para as atividades culturais, a despeito de toda a crise econômica mundial e das conseqüentes retrações arrecadatórias e apertos orçamentários; 4. As questões relativas à gestão pública da cultura e à política cultural ganharão inusitada importância nas páginas dos jornais e nos demais espaços das mídias, assim como serão debatidas com inédito interesse nas câmaras e assembléias e ecoarão nos sindicatos, nas entidades comunitárias, e em todos os âmbitos da sociedade civil; 5. A universidade buscará, finalmente, compreender a cultura como tema central da abordagem e da elaboração dos projetos estratégicos de desenvolvimento e dos projetos de Nação; 6. O debate sobre as políticas culturais, e a definição dessas políticas, por conseqüência, sofrerão uma inflexão marcante, passando as atividades culturais a serem vistas mais na perspectiva do consumo de bens culturais do que na da produção; 7. Será aberto um novo período de disseminação forte de instituições públicas de cultura, conselhos municipais e fundos de fomento por todo o país.

São estas as minhas principais previsões e, por conta da sua realização, daqui a vários anos voltaremos os olhos para trás e consideraremos este ano de 2009 como um ano verdadeiramente inesquecível.

Devo agora explicar os fundamentos das minhas visões. Eles se localizam, particularmente, na realização do segundo processo de Conferência Nacional de Cultura, (o primeiro foi realizado em 2005) que se abre desde já com inúmeros encontros e seminários, seguem com as conferências municipais, depois as estaduais e, finalmente, a grande Conferência Nacional. Este processo tende a ser riquíssimo, até porque recolhe a experiência e os acúmulos do primeiro, que já teve uma grande significação e que produziu resultados extraordinários.

Não tenho acompanhado de perto as ações atualmente desenvolvidas pelo Ministério da Cultura, mas tenho tido uma impressão positiva do trabalho realizado. Esta impressão se lastreia exatamente no projeto “conferência”, sem nenhuma dúvida a melhor iniciativa do governo federal no tocante à cultura desde décadas.

A importância maior dos processos de conferência não está, como muitos crêem, no debate sobre políticas e sobre estratégias, mas está na mobilização de agentes e forças sociais que tal debate propicia. Nas primeiras conferências de cultura, há quatro anos, houve uma mobilização inaudita de atores culturais e agentes governamentais. Agora, certamente, ela poderá ser muito maior. A mobilização do primeiro processo produziu resultados significativos; a mobilização que acontecerá agora deverá produzir resultados ainda maiores.

Falei, aí atrás, de “visões”, num sentido meio profético. Agora, quero empregar a palavra em sentido diverso, aquele que lhe é dado pelos especialistas em planejamento estratégico, “visão” significando algo como a idealização de uma determinada situação futura. O conceito complementar de “visão” é o de “missão”, que define-se como o “que fazer” para que a “visão” se realize.

Naturalmente, em se tratando de um processo amplo e aberto, as conferências têm rumos incertos, pois serão disputados por distintas “visões”, com suas correspondentes “missões” sendo deflagradas. No entanto, acreditamos na possibilidade de amplos consensos entre os agentes culturais, no que tange às necessidades, às tarefas e aos desafios postos para o mundo da cultura. Imagino que aquelas “visões” (agora usando a palavra de novo no primeiro sentido, de previsão, antevisão, profecia) correspondam a uma “visão” (como projeto estratégico) compartilhada por amplos segmentos das militâncias culturais. E, se é assim, precisamos estabelecer como nossa “missão“ a ampliação máxima do debate e o envolvimento mais amplo possível dos agentes públicos e das comunidades.

Dependerá fundamentalmente de nós mesmos, pois, se o ano de 2009 se tornará ou não inesquecível para a cultura.

Ainda hoje,

16/05/2009

e até quarta-feira, serão publicados novos textos. A partir de agora, e mesmo com as dificuldades (que não são poucas), tentaremos fazer a chamada “atualização diária“.

Amanhã é a AUDIÊNCIA PÚBLICA sobe as diretrizes gerais do plano diretor. É o debate mais importante da cidade no momento

Local: Câmara Municipal de Vreadores.
Horário: 19:00hs

O MOVIMENTO VIVE!

12/05/2009

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Thiago Silva e Patrícia Karina Martins acabam de anunciar que se recusam a participar da chapa eleita para o novo diretório do PPS.

ROSELI RECUSOU!

11/05/2009

Roseli Maria da Silva Pereira, a Coordenadora Geral da Franklin, estava presente. Seu nome foi incluído também sem consulta e quando foi lido, ela prontamente tomou a palavra, desautorizando o ato. Roseli provou, diante de todos, que, por estranho que seja, ainda existem reservas morais neste partido de Grando e Badeko. Resta saber agora se os demais inclusos aceitam participar do monstrengo político hora criado.

O PIOR DIRETÓRIO QUE O PPS JÁ TEVE

O diretório “eleito” é, de longe, o pior jamais visto na história do partido. Isto não pelos nomes que o integram, todas boas pessoas, mas pelas relações de dependência, que a maioria mantém com o vereador- presidente. Um diretório como este, e isto se for chamado a se reunir, esta condenado a não enfrentar nenhum debate. Afinal, Badeko não é o que se possa chamar de uma liderança democrática: se a sua opinião não for a opinião única é por que será ordem a se cumprir.

SÓ DEU BADEKO

(AO MICROFONE)!

Nós não pudemos falar nem míseros quatro minutos durante todo o Congresso, em compensação, Badeko fez nada menos que seis discursos: Um na abertura, outro no “debate”, outrto na inscrição da chapa,  outro na reapresentação da mesma, outra para a manifestação pós-vitória e outra ainda para o encerramento do encontro. Tudo isto além das inúmeras intervenções de encaminhamento, inclusive as de nomeação pública, on line, do Conselho Fiscal e dos delegados ao Congresso Estadual. Tem gente que não diz nada com nada, mas adora o microfone!

“O PPS É VOCÊS!”

“O PPS é vocês! O PPS é vocês! O PPS é vocês, minha gente!” – foi o que Badeko falou em sua última intervenção, já como presidente eleito e auto-empossado. Parecia programa de auditório. Badeko falava e o povaréu aplaudia. Dez minutos depois, toda a nova militância do PPS havia desaparecido, voltando pelo mesmo caminho por onde chegara. Um pouco mais tarde, reunimo-nos, cerca de quinze amigos, novamente no bar do Ceará, e presenciamos Badeko e seus primeiros-assessores, Sílvio e Lídio, perambulando pelo largo da Assembléia. Badeko chegou a se aproximar da nossa mesa, talvez na esperança de ser convidado a participar da conversa, que transcorria alegre e tranqüila, como não poderia deixar de ser. É claro que não o convidamos: afinal, não iríamos querer fazer agora, na mesa do bar, o debate que não fizéramos no Congresso. Até mesmo porque isto seria impossível: quando a opinião é contrária, Badeko não suporta ouvir ninguém falar mais do que meio minuto.

Ainda assim, ele se postou ao meu lado, de pé, e disse que rezava por mim todas as noites e que ainda mantinha esperanças de que eu o assessorasse e ajudasse a construir o seu mandato. Pode?!

Bom, se for o caso, e se ele quiser, disponho-me a dar umas aulas sobre a história e sobre o programa do nosso partido. Basta combinar e reunir a galera.

ILEGALIDADES

Além do caráter autoritário e excludente do Congresso, que o transformou num espetáculo deprimente, as decisões tomadas foram eivadas de vícios e irregularidades: inclusão de não-filiados na chapa vitoriosa, não apresentação das autorizações de participação na mesma, falta quase que total das quitações com as obrigações partidárias. Há, pois, elementos mais do que suficientes para um pedido de impugnação, junto à Justiça Eleitoral, ou para a exigência de uma intervenção da direção estadual (ou da nacional, caso a primeira não responda corretamente às normas partidárias). Mas eu não vou decidir isso sozinho. Decidiremos coletivamente.

O MOVIMENTO VIVE!

O Congresso já foi feito, nossa chapa sequer foi inscrita, pois não dava para ser, mas o movimento “Por um PPS com paredes de vidro” vai continuar. Por falar nisso, na próxima quinta, 14, em hora e local ainda indeterminados, seus integrantes irão se reunir, uma vez mais, para avaliar a situação e deliberar sobre o que fazer. ( Amanha tem mais um pouco)

JÁ ÍA PASSANDO BATIDO …

Em razão da muita correria, quase esqueci! Dia 7 de Maio, p.p. fez dois anos que passei a trabalhar na Secretaria Municipal de Admistração/ Depto de Recursos Humanos. Tenho um especial carinho por esta data porque nos dois anos por ela compreendidos saí de uma situação de derrota e frustração, ao deixar pela segunda vez a Franklin, e experimentei um tempo fantástico de reconstrução pessoal. Tendo que aprender a fazer coisas novas e desbravar territórios do conhecimento para mim desconhecido, tive a imensa sorte de conhecer colegas fabulosos (na verdade, fabulosas) como Verônica, Natália, Ivanete, e nossa atual Madre Superiora, a Dorinha, alem, é claro, da Mariana que, infelizmente (para mim, não para ela), agora esta trabalhando no gabinete do Badeko. Era ela quem socorria quase sempre este analfabeto digital aqui nos seus apertos informáticos e infernalticos. E tive também a grande sorte de trabalhar sobre a coordenação de um homem que orgulha o serviço público: O Secretario Constâncio Alberto Salles Maciel – um sujeito preparado, inteligente e integro, que fala o que pensa, escreve o que fala e assina o que escreve. O convívio com estas pessoas, e com outros colegas da Adminístração, e o que tem me  propiciado o meu reerguimento psíquico, moral, intelectual e político. Muito obrigado!!!